POETAS DO BRASIL
Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro
Colaboradores
domingo, setembro 02, 2012
sexta-feira, julho 20, 2012

MONÓLOGO SECRETO
© MARCO TULIO
Parte de mim é lâmina
Que exposta à luz
Produz hologramas na parede silenciosa da noite...
Nos mistérios da pele ardem sonhos
Riscos crepitados subindo na fogueira
Improvisada pelo sal dos meus olhos
Que se desmancha
Sou a sombra que o bosque esculpe nas vestes turvas do lago
Pra me acompanhar no escuro
Eu me projeto no fundo
E entre as plantas e pedras resguardadas de um sono líquido
Eu permaneço acordado
Mas isolado da falta vil dos desinteressados
Percebo que até os musgos umedecidos tem um sentido
Solitários compõem o abrigo dos espantados
Na sua verde solidão não existe definição para a minha
Os arpões são afiados, dia-a-dia, feito facas de cozinha
Apontados para o vão das costelas que emergem nas águas
O tesouro que procuramos é um baú de mágoas
Mas o sol que ilumina o caminho de crinas torna tudo espelhado
O tesouro é o invisível do que temos guardado, e entregamos...
Como a alma se entrega ao nirvana
Quando se encontra com a sua unidade
Que é a verdade na expansão sob os muros
Lada a lado com a sua metade
Antes de ir... Admiro os corais silenciosos
Ecoando o monólogo nas bolhas de ar que sobem do fundo
De mim... Até parar
segunda-feira, abril 26, 2010
XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA
LANÇA PROJETO DE ANTOLOGIAS 2010
Dentre todos os projetos desenvolvidos durante o CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA, o que mais vem repercutindo junto à comunidade escolar de Bento Gonçalves é o POESIA NA ESCOLA, que consiste na publicação das coleções “POESIA DO BRASIL” e “POETA, MOSTRA A TUA CARA”.
No ano de 2009, foram entregues para a Biblioteca Castro Alves distribuir às escolas do município 1.800 exemplares dos volumes 9 e 10 das antologias “POESIA DO BRASIL” e do volume 6 da antologia “POETA, MOSTRA A TUA CARA” e a previsão é de que este ano possamos chegar aos 2.500.
A exemplo do ano passado, as antologias serão publicadas com antecedência, para que cheguem às escolas no máximo no início do mês de agosto, possibilitando assim que os alunos possam conhecer um pouco do trabalho dos poetas que vão estar no evento em outubro.
As antologias serão publicadas no sistema cooperativado e obedecerão às seguintes normas:
POESIA DO BRASIL (VOLUMES 11 e 12)
1 - Custo por participação por volume: R$ 620,00
2 - número de páginas por participantes: 6, sendo 5 com poemas e a restante com biografia e foto do autor;
3 - número de exemplares que cada autor terá direito: 40 além dos 20 que cederá para distribuição por ocasião do lançamento da antologia e para as escolas.
POETA, MOSTRA A TUA CARA (volume 7)
1 - Custo por participação: R$ 240,00
2 - número de páginas por participantes: 3, sendo 2 com poemas e a restante com biografia e foto do autor;
3 - número de exemplares que cada autor terá direito: 30 além dos 20 que cederá para distribuição por ocasião do lançamento da antologia e para as escolas.
IMPORTANTE:
1 – Pagamento através de cheques pré-datados que deverão ser enviados juntamente com as provas revisadas
2 – A remessa dos exemplares será por conta do autor
3 - O lançamento oficial das antologias será nas noites dos dias 5, 6 e 7 de outubro, dentro da programação oficial do XVIII Congresso Brasileiro de Poesia.
INFORMAÇÕES:
1 – Ademir Antonio Bacca – adebach@gmail.com
2 – Cláudia Gonçalves - Cacaugoncalves@gmail.com
3 – Maria Clara Segóbia - mclsegobia@hotmail.com
4 – Andréa Motta - andrea_motta@terra.com.br
COORDENAÇÃO DO PROJETO:
ADEMIR A. BACCA e CLÁUDIA GONÇALVES
1 – Ademir Antonio Bacca – adebach@gmail.com
2 – Cláudia Gonçalves - Cacaugoncalves@gmail.com
3 – Maria Clara Segóbia - mclsegobia@hotmail.com
4 – Andréa Motta - andrea_motta@terra.com.br
COORDENAÇÃO DO PROJETO:
ADEMIR A. BACCA e CLÁUDIA GONÇALVES
Ademir Antonio Bacca • Alcides Buss • Alcione Guimarães • Ana Mari Tedeschi • Andréa Motta • Angela Carrocino • Aricy Curvello • Artur Gomes • Astênio Cesar Fernandes • Carpinejar • Cláudia Gonçalves • Cristina Leite • Dalmo Saraiva • Deisi Perin • Diego Mendes Souza • Dinair Liete • Edival Perrini • Ednilson de Paulo • Eduardo Tornaghi • Eliane Justi • Fátima Borchert • Fernando Aguiar • Ferreira Gullar • FlavCast • Geraldo Coelho Vaz • Haidê Vieira Pigatto • Hugo Pontes • Ietive Fianco D'Arrigo • Isabel Sprengher Ribas • Jacqueline Bullos Aisenman • Jair Pauletto • Jiddu Saldanha • Karla Julia • Kathleen Evelyn Muller • Laura Esteves • Lourdes Sarmento • Luiz Eduardo Gunther • Manuel Maria Ramirez y Anguita • Marcelo Marinho • Oscar Bertholdo • Raquel Martinez • Renato Gusmão • Ricardo Reis • Ronaldo Werneck • Rosemari De Gasperi Foppa • Rubens Venâncio • Sérgio Napp • Silvio Ribeiro de Castro • Suely de Freitas Marti • Tanussi Cardoso • Tchello D'Barros • Telma da Costa • Tulio Henrique Pereira • Valéria Borges da Silveira • Walnélia Pederneiras • Wanda Monteiro •

POETAS QUE JÁ CONFIRMARAM SUA PARTICIPAÇÃO
NO "POESIA DO BRASIL" - VOLUME 12
Ada Fraga • Ademir Antonio Bacca • Andréa Lúcia Guarçoni • Benedita Azevedo • Chungtar Chong Lopez • Cida Micossi • Cláudia Gonçalves • Cláudio Cardoso • Deth Hack • Eliene Taveira • EstherRogessi • Gê Fázio • Henriques do Cerro Azul • Heralda Victor • Iára Pacini • Ilda Brasil • Jacqueline Bullos Aisenman • Jaime Katz • Joyce Lima Krischke • Lidia Sirena Vandresen • Ligia Leivas • Marcelo Wallau • Marcia Fernanda Peçanha Martins • Maria Clara Segóbia • Maria Helena Leal Lucas • Marilu Duarte • Marineves Rodrigues • Marlene Henrique • Olivia Paz • Paulo Rodrigues • Poeta Mineiro • Régis Coimbra • Remy de Araújo Soares • Ricardo Carvalho • Rô Lopes & Mércio Moura • Roziner Guimarães • Sandra Almeida • Sérgio Quintian • Sonia Albuquerque • Sonia Maria Grillo • Soninha Ferraresi • Suely de Freitas Martí • Tereza Gondim • Val Bomfim • Vallentine Poetisa Menor • Vânia Gondim • Verluci Almeida • Walnélia Pederneiras •

POETAS QUE JÁ CONFIRMARAM SUA PARTICIPAÇÃO
NO VOLUME 7 DE POETA, MOSTRA A TUA CARA
Ademir Antonio Bacca • Alcione Sortica • Alson Pereira da Silva • Ana Clara Cabral de Souza Cunha • Ana Irene Moraes Silveira • Ana Luiza Conceição • Andréa Lúcia Guarçoni • Brenda Marques Pena • Carlos Reynaldo • Catulo Fernandes • Christiane Ramos Donato • Cláudia Gonçalves • Consolação Soranço Buzelin • Du Carmona • Eliana Cristina Hencklein • EstherRogessi • Evanir Alves • Francisca Fernandes • Jacqueline Bulos Aisenman • Jaime Katz • Jair Pauletto • Janete Maletich • Jucélia Maria Bastos Armos • Jussara Custódia Godinho • Karla Julia • Luiz Eduardo Gunther • Maira Knopp • Marcelo Wallau • Marcia Peçanha Martins • Maria Lenir Menezes • Marineves Rodrigues • Mario Feijó • Neida Rocha • Nelsi Ines Urnau • Oiára Bit • Paulo Rodrigues • Paulo Walbach Prestes • Regis Coimbra • Renato Gusmão • Roger Tavares • Romeu Andreazza • Sandra Almeida • Sérgio Quintian • Sonia Maria Grillo • Soninha Ferraresi • Suely de Freitas Marti • Telma Moreira • Tonha Aleixo • Vany Campos • Varenka de Fátima Araújo • Vladimir Santos • Walnélia Pederneiras •
quarta-feira, abril 14, 2010

FAZENDO A DIFERENÇA
© KATHLEEN EVELYN MULLER
Somos “músicas” no universo;
Por sutilezas, movidas,
Redigimos cada verso:
... Maestros de nossas vidas!
Regemos a melodia
Com diferentes talentos.
Arquitetando com harmonia,
... Tocamos os sentimentos!
Ressoando nesta bonança,
Em perfeita sincronia,
... Da orquestra, o som profundo,
Jaz mais bela sinfonia
Agora, no palco do mundo:
... Vem fazendo a diferença!

SINAIS
© MARI REGINA RIGO
No mundo da poesia
Todos nós somos iguais.
Loucos de amor
Mas só mostramos os sinais.
Nos alimentamos de quimeras
E assim vamos atravessando
Várias eras.
Nascer e viver, sonhar e amar
Lutar para merecer
Crer e sobreviver.
Para dizer que a lua é tua
É só passear pela rua
De mãos dadas com seu amor
As palavras são apenas sinais
De sentimentos iguais
À todos os mortais.
Homem, poeta e trovador.

MULHER, SIMPLESMENTE MULHER
© MARIA SANTOS RIGO
Mulher é aquela
Que leva seu filho na escola
Que ama, trabalha e chora.
Que se alegra a cada vitória.
Faz de uma refeição um banquete
Com um simples pedaço de pão.
Que ao redor da mesa
Com a família unida
Reza uma oração.
Pedindo a Deus
Que nunca falte um tostão.
Pois seus valores são apenas
Amor e união.

A CIDADE DE OURO (LOPPIANO)
© MÁRIO CALLEGARO
Despontou na colina
a cidade de ouro
Cada um que ali vinha
era pobre
só tinha consigo
sua vida
Mas a lei da cidade de ouro
dizia que a vida devia perder
E quem dava sua vida sem nada pedir
ganhava mil vidas
e a cidade de ouro crescia...
A lua tornou-se mais clara
O sol com seus raios tornava mais bela
a cidade de ouro
No silêncio da noite ouvia-se o murmúrio
era o vento
passou sibilando entre as casas de tábuas
também ele queria saudar
a cidade de ouro
e a cidade de ouro crescia...
Quem ali se hospedava
saía tocado com a dança
com a música leve que via espontânea
nos rostos contentes
E assim, a cidade de ouro
crescia , crescia, crescia...
A colina que era pequena
tornou-se montanha.

SENHOR DOS VERSOS
© MÁRIO FEIJÓ
Era tão belo aquele menino
Alma de criança travessa
Que pulava sobre pedras
Transformando-as em versos...
Em meus sonhos por vezes
Ele se torna um deus grego
E com sua cítara sai por aí a fazer versos
Ao mesmo tempo em que flecha corações...
Não queria acreditar em seu poder, o menino,
Tampouco sabia ele que produzia pérolas
Encantando a todos – alguns dos simples mortais
Transforma ele em estátuas de mármore...
Quisera eu poder transformar o encanto
Correr pelas ruas em pranto e perdoá-lo
Foi-se embora o menino... fez-se homem
E levou todos os meus versos...

www.marlyftamani.recantodasletras.com.br
À SOMBRA DA SAUDADE
© MARLY FELICIANO TAMANI
Veio no entardecer daquele dia,
chegou arredio e meio calado,
em seus lábios eu pressentia
um sorriso tímido disfarçado
me olhou como se olha o mar
como se visse somente o infinito,
transparecia saudade no olhar,
imenso carinho no rosto bonito
me abraçou em delirante procura,
na avidez de corpos em tormento,
como se aquilo não fosse loucura
e ali à sombra daquela saudade
intensamente vivemos o momento,
sem pensar se o amor tornaria verdade

SOLIDÃO COLETIVA
© NEIDA DA COSTA ROCHA
A Humanidade está Só...
O Ser Humano carente
grita por socorro.
A solidão contagiou o Planeta.
O grito silencioso
ecoa pelo Cósmico,
abafando a Música das Esferas.
O Sistema cria seres doentes
para depois receitar calmantes.
Os Pensadores estão morrendo.
Os jovens estão dormindo,
acalentados pelas drogas.
Os alunos são “formados” pelo Sistema,
sem questionamentos,
vítimas da Matrix Social.
A certeza da Morte
é camuflada
pela incerteza da Vida.

BUSCAS
© NELSI INÊS URNAU
Busquei lá fora, um dia,
uma vida inteira...
Busquei sem saber,
o que mesmo eu queria...
Busquei e corri mundos,
travessias, desertos profundos,
tantas realidades, tantas verdades
não parei de procurar.
Busquei cá dentro um coração
e não consegui defini-lo...
Não sei o que é
a alma, o espírito.
Caminhei léguas sem fim
e me perdi de mim...
Ainda caminho,
navego, vôo, corro,
paro, descanso, medito...
Contudo,
ainda a incerteza
de ter, um dia,
tudo o que busco e que busquei.

OVERBOUQUET
© RAUL POUGH
deixou as três
esperando no altar; e
voou para sevilha

Sou formada em Administração Publica e de Empresas pela Faculdade Anhanguera de Ciências Humanas e Letras (Especializada em Administração Pública). Após um tempo senti necessidade de realizar o meu sonho – ser advogada. Fiz o curso de direito pela Universidade Católica de Goiás (Pós-graduada em civil e processo civil , Direito Eleitoral e especialista em Direito do Consumidor) Abracei com carinho este oficio de operária do direito e é com de paixão e ética que milito até hoje. Amo a arte e a poesia... Escrever é um presente dos céus. Tudo que vivi, vivo e presencio em vivencias outras, lanço no papel. Tudo que vem na alma eu pego meus companheiros (uma caneta com tinta preta e uma caderneta) e vou soltando as palavras.
Fui agraciada em ter por ter alguns textos publicados na Antologia Alimento da Alma, sou membro corresponde da AILA – “Academia Itapirense de Letras e Artes” e diplomada na coluna Destaque 2008/2009 como escritora e poetisa, intitulado “Estas Mulheres Maravilhosas” e “Personalidades” na cidade de Taubaté-SP, berço de Monteiro Lobato. Quero prosseguir neste mundo literário... É meu sonho... É um lirismo... É uma vida Minha nova história começa aqui. Uma escritora/poetisa.
DIVAGANDO TERNURA
© RÔ LOPES
Elevei meus olhos
Que divagaram pelo infinito
Tentando inspirar de
Uma única vez
Toda ternura das estrelas
Fui tocada por sublime
Brisa com perfume de
Alecrim
E envolta no clarão da lua
Entreguei-me ao momento
Que eternizou em
Minutos sem fim
Tão amada senti...
Que a solidão que
Tanto atormenta
Junto ao pássaro
Do amor que acalenta
Desfrutou deste
Carinho junto a mim

Não é uma poetisa, escreve apenas quando seu coração assim o quer.
Recebendo incentivo de pessoas com muito talento, como J.Jota, Regina Coeli e Joyce Krischke, decidiu publicar seus textos.
ESTOU ENAMORADA
© ROSÂNGELA DA SILVEIRA COELHO
Estou enamorada...
Enamorada pela lua,
pelo sol e mar
Enamorada pela vida.
Estou enamorada
Pelo olhar amigo
Pela beleza da flor
E em seus braços me abrigo
Transbordando amor
Encantos do infinito
Me aquecem o coração
e assim me transportam
Para um mundo de emoção
Estar enamorada traz paz
Traz alegria e contentamento
Nos une na magia do amor
E num só pensamento

UIRAPURU
© ROSANGELA DE OLIVEIRA SANTOS
Minha alma chora como cascata
Num torrencial de amor
Como o doce cântico do
Uirapuru
Que versa fortemente em seu
Canto nas matas
A saudade de quem muito
Amou

LEI UNIVERSAL
© RUY BERRIEL SOARES
Os galos estão cantando
É o raiar de um novo dia
Para uns é o fim da linha
Para outros a vida inicia.
Os galos estão cantando
Um novo dia vem raiando
O mundo sempre girando
E a vida se renovando.

MEU POVO
© VARENKA DE FÁTIMA ARAÚJO
Escuta, preste atenção
Ainda que especule meu coração
Ainda que a noite me examine
Encontrarás um imenso amor
Pelo pulmão que é Amazonas
Que é nossa, devemos preservar
Pelo nossos irmãos da região árida
Que imigram para outras ricas
Oferecendo mão de obra a erguerem Brasília
Pelos nosso São Paulo que é o coração
Pulsando no chamamento por nossos irmãos
Onde acontece tudo para o engrandecimento
Pelo Rio Grande do Sul com sua beleza
No progresso e ordem pelo Brasil

DISPLICÊNCIA
© VLADIMIR CUNHA SANTOS
Tudo que penso é momento
momento de divagação
tudo que sinto é tormento
tormento da percepção.
Mundo... complexo abstrato
Vida... absurdo evolutivo
Morte... lucidez inconsciente
Amor... sexo iludido.
Tudo que penso é presente
Futuro é imaginação incerta
Passado é retornar o momento ausente.
Tudo que sinto e contemplo
Tudo que paira na mente...
Mero acaso displicente.

DE HUMANOS E DEUSES
© TEREZINHA MANCZAK
o sangue verte
aragens
vertigens
plasma e memória
dos tempos
timbrados papéis
calendários
vaivém dos ventos
tempestades
silêncios
carne impressa
em ventania
lentidão
ruídos e
cordames podres
ossos e hóstias
repartem o corpo
nervos estilhaços
construção
contemplação e ócio
II
inda não é hora
de acordar os deuses
cá na terra
comemos o barro dos dias
pecamos
orgásticos e pobres
caminhamos
para o nada
não sabemos prover
o vazio das lacunas
cegamos o sol
com a beleza pragmática
de maneira
inverossímil
suburbana e tática
agonizamos
sob o tédio das heranças
e a mesmice prática
III
tudo é vão, tudo é via,
por sobre os muros ,
a laje inerte das precariedades
ousamos silenciar
quando o grito é tudo
somos fracos e míopes
num país de surdos.
IV
mornos e úmidos
como a boca da noite,
engolimos as horas
de um vidro quebrado,
espelho partido.
V
procuramos respostas,
o verso perfeito,
descobrimos:
nada tem sentido,
contrário,
quando assumido.

CABIDE
© ESTHER FUJISAWA
Sob a luz do leste
Vi descer tua sombra
Claro-escura
Desajustada
Fio de sangue esquecido
Que almas acanhadas
Bebem, escondidas na noite
Verdades-mentiras
Inconstância,
Suprema sabedoria
Ombros carregados
Benditos fardos
Espesso vulcão de silêncios
Derrama a lava da vida
Sobre
Os ombros da morte.
terça-feira, abril 13, 2010

MEU TEMPO
© JANETE TEREZINHA NODARI FRACALOSSI
Meu tempo é de ser um vale
Alimentando estações,
Madurando frutos
de um pomar de ilusões.
Meu tempo é de ser um rio,
despretensioso,
Que, à noite,
Tem olhos,
Mãos e boca desalinhados.
Meu tempo é o feminino.
O corpo é um livro.
O poema, semente.

MONÓLOGO SECRETO
© MARCO TULIO
Parte de mim é lâmina
Que exposta à luz
Produz hologramas na parede silenciosa da noite...
Nos mistérios da pele ardem sonhos
Riscos crepitados subindo na fogueira
Improvisada pelo sal dos meus olhos
Que se desmancha
Sou a sombra que o bosque esculpe nas vestes turvas do lago
Pra me acompanhar no escuro
Eu me projeto no fundo
E entre as plantas e pedras resguardadas de um sono líquido
Eu permaneço acordado
Mas isolado da falta vil dos desinteressados
Percebo que até os musgos umedecidos tem um sentido
Solitários compõem o abrigo dos espantados
Na sua verde solidão não existe definição para a minha
Os arpões são afiados, dia-a-dia, feito facas de cozinha
Apontados para o vão das costelas que emergem nas águas
O tesouro que procuramos é um baú de mágoas
Mas o sol que ilumina o caminho de crinas torna tudo espelhado
O tesouro é o invisível do que temos guardado, e entregamos...
Como a alma se entrega ao nirvana
Quando se encontra com a sua unidade
Que é a verdade na expansão sob os muros
Lada a lado com a sua metade
Antes de ir... Admiro os corais silenciosos
Ecoando o monólogo nas bolhas de ar que sobem do fundo
De mim... Até parar

CASARÃO
© SILVIA BENEDETTI
Nas madrugadas insones
casulos de luz
ornavam folhas e flores
no quintal do casarão!
Na semi-escuridão,
sob o semáforo da lua
os atentos olhos de noite que findava,
silentes velavam
CONFIDÊNCIA MINEIRAS
sussurradas entre paredes caiadas.
No casarão,
homens austéros teciam os sonhos:
“LIBERDADE AINDA QUE TARDIA”,
enquanto o lampejo vivo da esperança
faiscava em seus olhares vítreos.
No casarão
de mineiras tradições
a sina de alguns
criou fatos, gerou atos
que fizeram a história de todos nós.

A autora recebeu numerosos prêmios pela sua narrativa e poesia dentro e fora de fronteiras uruguaias. Integrou e integra diferentes júris de certames literários do meio e prefaciou e apresentou livros de autores nacionais e estrangeiros. É presidente do Centro Hispano Americano de Artes e Letras, instituição que há 35 anos trabalha pela cultura do seu país. Organizou encontros internacionais de Artes e Letras em 2003, 2005 e 2007 no Uruguai, tendo ao seu cargo a compilação dos poemas estrangeiros em “Las voces del mundo” ( I, II e III) e as antologias “Navegando cielos de América” (2004) e “Navegando cielos del mundo” (2007) Participou de Congressos, Seminários e Encontros Literários no Uruguai, Argentina, Brasil, Paraguai, Cuba, México e Chile.
MODELA MI CÁNTARO
© RACHEL MARTINEZ
Tu viento ulula hambriento
y estremece mis ramas,
despertando los brotos dormidos.
Osadas caricias que desnudan
de la copa a la raíz.
Así quiero vivir, viento alfarero,
modela mi cántaro,
que en él quiero contener
tu suero vital.
segunda-feira, abril 12, 2010

EXÍLIO
© JAIR BARBOSA
de como depois de banido
fui me arrastando a uma terra estranha
de como sem perceber fui parar no olho
do furacão
e deu-se a compreensão acerca da folha que gira
e o seu movimento
mesmo com a legião de demônios solta no asfalto
a freada brusca os estampidos e o corpo estendido
não sei explicar.
escrever sob a violência
e transformar pedras numa torre de vigia.
mesmo sem anjos
mesmo sem beleza
mesmo sem paraíso...
dorme a minha parte mais sombria

Como experiência de vida viveu um tempo na Amazônia, onde morou num barco e conviveu com índios, registrando fatos importantes, executando a medicina e escrevendo sobre as coisas e os sentimentos no meio da floresta.
É sócia da Associação Brasileira de Médicos Escritores, sendo a coordenadora desta entidade no RS. Foi uma das fundadoras da Casa do Poeta Rosariense (Poebras Rosário do Sul) sendo a vice-presidente da primeira diretoria.
FRAGMENTOS
© EZI ASSUMPÇÃO
Deixa eu chorar em paz.
Deixa minha alma
partir-se em mil estilhaços
virar estrelas.
Deixa eu ser mar
maremoto
sopro de brisa
me fazer ventania.
Sou silêncio de tapera
sou riso, lágrimas.
Neste mundo louco
largada.
Sou fragmentos de quimera
sem você
nem que queira
não sou nada.

Amores sem pena
de homens sós,
de vidas sem causas,
de esforços em vão,
de palavras levianas,
de noites insones,
de caminhadas solitárias,
de espaços no vácuo,
de torturas internas,
de angústias, enfim.
Amores sem pena
de nada.
© DIEGO DA SILVA RODRIGUES

DELÍCIAS
© MARCIA CARGNIN
Quando o lençol branco for dilacerado,
quando tuas veias aflorarem o azul do céu,
a paixão violentar teu coração,
o tempo não se importar com o próprio tempo,
o calor da noite não provocar delírios,
o cheiro da relva te parecer um perfume discreto,
o sol cercar o teu hemisfério,
teu mundo te parecer pequeno,
significativo,
o prazer for sentido na sensibilidade de tua pele,
explode menina...
É hora de se fazer mulher.
É tempo que não acaba,
sonho composto de realidade.
Perda do homem no seu equilíbrio.
Batalha quase vencida.
É mulher em tempo hábil.
Semente do acaso nascido.
Um ponto germinado.
São cristais ao vento,
são delícias de verão.

POR PARTE
© ALSOM PEREIRA DA SILVA
No mundo,
a gente vai fundo,
mas vai por parte.
A gente vai indo
e até vai sorrindo,
porque tudo é engenho e arte.

LÍNGUA DE FORA
© MARCELO MOURÃO
Que vontade de poder dizer
Tudo o que sinto
Tudo o que vejo
Sem ter nada a perder
Sem perder o ensejo
Que vontade de soltar o verbo
Soltar a bomba e não me esconder
Quantos estilhaços iriam pro ar?
O que iria de fato acontecer?
Que vontade de poder dizer
O que muita gente quer dizer
Mas que evita pra não se comprometer
Que vontade de ajudar o céu a amanhecer!

Aposentada do Banco do Brasil. Gosta de cinema, livros e viajar. Participou do volume 8 de “Poesia do Brasil”.
QUOTIDIANO
© LEILA INES SIGNOR
Ontem, eu vi um filme.
Nele, tinha uma cidade antiga.
Haviam casas
Com jardins de petúnias
Uma igrejinha, e em frente, um coreto,
que aos domingos se enchia de sons,
ritmos, alegrias
e pueris donzelas
a passear com garbosos mancebos
Ah! tinha cheiro também...
de... torta de maçã
e biscoitos de gergelim...
Quando sai do cinema
senti o odor intermitente do esgoto
a frieza no olhar do porteiro
e quase fui atropelada por uma moto.

ASSIM... SOU ASSIM
© CLAUDETE SILVEIRA
Que você me queira assim
Exatamente como eu sou
Por horas, liberta e atrevida.
Às vezes até incontida
De repente insana, mundana,
Desmedida.
Tristonha muitas vezes
Por males dessa vida
Mas feliz, sorridente,
Na maioria das vezes
Para ver-te contente.
De vez em quando mal-criada,
Estressada.
Em outras um doce de educada,
Amada.
De quando em vez silenciosa
Ociosa
Outrora, agitada,
Gata assanhada, desvairada...
Que você me queira assim
Queria estar perto de mim
Queira-me menina-amante-mulher
Só não queira mudar nada em mim.

ALQUIMIA
© BIA MARQUEZ
No vaso de barro
triturado, amassado,
água se transforma,
é o vinho que transborda:
Alquimia do meu ser !
domingo, abril 11, 2010

O BARRO
© ADILIA RIBEIRO QUINTELAS
O barro
O barro vermelho
Recobre os pés e o cabelo
Embota as idéias, que viram pedras
O barro emoldurando as ruas
Barro nas minhas mãos e nas tuas
O barro no vento
Nevoeiro vermelho
No ar confuso tua imagem difusa
Quilômetros de estradas de barro
O carro fica vermelho
Até chegar a ti, tão longe
Sobra a estátua, barro que imita o bronze
Mas se desfaz na chuva
Vira rio de lama
Que fica lá parado, secando
Até virar deserto
Mais um dia de espera
Meus poros duros de barro sufocam
O suor tem que atravessar paredes
Lágrimas, nem pensar
O vento começa a soprar
Vai me cobrir de barro
Até eu sumir
Vou virar parte do chão
Vou ser um fóssil
Memória da solidão

POEMA OP. 79, Nº 15
© LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CERQUEIRA
Pela manhã, bem cedo, pela manhã
queria abrir a janela do meu dia
e beber um copo de sol nascente.
Pela tarde, bem pela tardinha,
queria fechar a porta do meu dia
e curtir o crepúsculo da sua ausência.
E, quando fizesse noite alta, noite sem lua,
queria descer o cortinado dos meus sonhos
e beijar o seu abraço, morder o seu destino,
buscando-a na saudade da sua presença,
bebendo um copo do seu sorriso.

MEUS VÔOS
© VANY CAMPOS
Sou uma ponte entre Eu
e minhas angustias
Minha alma é um deserto
Entre borboletas azuis
Meu coração grita ternuras
Falarei de meus anseios
E de minhas incertezas
Me debruço sobra a mesa
Procurando respostas
A meus por quês
Penso nas interrogações humanas
Que o tempo não responde
Quero saber onde estou
Vôo nas asas do meu pensamento
E sinto-me parar em ti
És o final de meu vôo
Por quê ?

Seus poemas também estão nos seguintes blogs: Presença Poética: http://marciapoeta.blogspot.com/ e Educação e Cultura Digital: http://culteduc.blogspot.com/
ESSÊNCIA
© MÁRCIA BERALDO
Simples,
como a brisa
a envolver o poente,
como a terra
a semear o presente.
Ser!
Simples,
como o sol
a embalar a melancolia,
como o mar
a inspirar a nostalgia.
Ser!
Simples,
como a lua
a acariciar a imensidão,
como o fogo
a celebrar a sedução.
Ser!
Essencialmente ser
poesia à Flor da Pele!

FLANANDO
© IÁRA PACINI
Vou embora,
contida pelos sopros perdidos,
procurar meu Eu,
deixando a melancolia sem dor,
flanar no etéreo,
vestida em agonia,
que perdi.
Perfumada de saudades,
tudo se esvai,
palavras cansadas,
um dia foram cristal.
Enigmática, minha mente
em flor perdida,
hoje sem vida,
mistério sem limites
se afoga,
transborda,
Nas paredes de um passado maldito...

NO ATELIER
© JORGE DUARTE BARBOSA
1. — O inseto pirueteia no ar
Engolfa-se em rodeios
Indolente no vôo
Asas aflitas em medeios.
2. — O poeta escreve
Signos na mão
Verte-lhe o sonho
A viagem o trigo o não.
3. — O escultor entre dedos
Fere o ferro modula
Na alma a fuga o dia
Mesa longa da tortura.
4. — Prosseguem os três
Poeta inseto escultor
Na aflição dos seres
Expressando todo o amor.

Vim para Porto Alegre em 2003, em busca de um transplante bilateral de pulmão para meu filho André. Conquistamos este sonho em outubro de 2008. Dessa espera em hospitais resultou o gosto pela leitura de poesias, pelo fato de ser rápida, reflexiva e prazerosa. O Rio Grande do Sul é um rio Guaíba que desaguou esperanças de futuro em nossas vidas. E ainda, pelo fato do sangue gaúcho agora rolar em nossas veias, tenho a certeza que sou uma Prenda Nordestina, com um desejo enorme de criar e transformar imagens, em palavras com sentimentos, em forma de poesias.
DESPERTAR PARA SONHAR
© VANIA GONDIM
a rosa de minh’alma
precisa da luz do sol
para existir
despertar
para ir adiante com seus sonhos
a rosa de minh’alma
precisa sonhar
para despertar
a rosa de minh’alma
precisa de luz
a luz da alma