POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

sexta-feira, junho 29, 2007


SERGIO NAPP — nascido em Giruá/RS em 03.07.39, é engenheiro civil, escritor e letrista. Premiado em festivais de música no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, tem mais de cem trabalhos gravados por artistas locais, nacionais e internacionais, sendo autor de um dos clássicos do regionalismo gaúcho, Desgarrados, em parceria com Mário Bárbara. Foi Diretor da Casa de Cultura Mario Quintana entre 1987/1991, 1997/1998 e 2003/2007, tendo coordenado a equipe encarregada da reciclagem total do prédio. Premiado em diversos concursos literários (Porto Alegre/RS, com Lua pequena/poesia; Pelotas/RS, com Fábio/conto; Uberaba/MG, com Gilian/conto; e Toledo/PR), com José/conto), possui cincos títulos editados pela Editora Tchê! : “Quintais da madrugada” (poesia), “Para voar na boca da noite” (contos), “A construção da casa” (poesia), “Jogo de circunstâncias” (novela) e “Pássaro dos dias de verão” (novela). Três títulos pela WS Editor: “Estranhos sentimentos” (contos), “A gangue dos livros” (infanto-juvenil) e “Passarinhar-se” (infantil); um pelo IEL, “águas da memória” (poesia), um pela Editora Saraiva, “delicadezas do espanto” (poesia infanto-juvenil) e, o mais recente, pela Travessa dos Editores, “caixa de guardados” (poesia). Publicado na Bacchanales no. 40/Revue de La Maison de la Poesie Rhône-Alpes/2006.
Foi Patrono da 20º. Feira do Livro de Bento Gonçalves/RS (2005). Recebeu o 1º. Troféu Palavra Viva, homenagem do SINTRAJUFE ao autor (2006).
e-mail: sergionapp@terra.com.br

XII

© SERGIO NAPP

não se beija o morto
ao morto se agradece
pela vida
cerca de pedra
subitamente interrompida

não se lamenta o morto
do morto se registram
as virtudes
e o inúmeros vícios

não se culpa o morto
ao morto se perdoa
o que ficou nas entrelinhas
e os silêncios

não se julga o morto
do morto guarda-se
o último registro
carteira de identidade
um anel de pedras falsas

não se purga o morto
o morto é quadro
na parede das lembranças
saudade
que acontece em repentes

do morto não te despeças
o morto é tempo
que não te abandona



BRUNO CANDÉAS — nasceu em Campina Grande/PB. Residiu em Belém/PA, Taguatinga/DF e Rio de janeiro/RJ. atualmente vive em Recife/PE.
É autor dos livros: “Poeta nu na alcova” (2002), “Filé 1,99” (2003), “A Trégua dos ditadores” (2004), “Férias do gueto” (2005) e “Indigestual” (2007).
Integrou as antologias “Painel brasileiro de novos talentos/RJ”, “Livro de ouro da poesia brasileira /RJ”, “Palavras que falam/SP”, “Best seller 2006/SP”, “Antologia del’secchi/RJ”, “Margens do Atlântico/PR”, “Marginal Recife III/PE”, “Antologia Komedi/SP”, “Antologia de poetas brasileiros contemporâneos/RJ”, “Uma história no seu tempo/SP”, “Letras Contemporâneas/RS”.
Colaborou com um centena de fanzines, revistas, jornais e sites, no Brasil e no exterior.
poetanu@gmail.com


o ser
substância

se mistura
com a terra

se une ao
cromossomo

se adequa
aos desníveis

nos burla
nos empurra

nos penetra
prolifera

danifica
o q somos

soma-se
aos desgostos

nos habita
nos limita

© BRUNO CANDÉAS

LIVIA TUCCI — Vem de uma família de imigrantes italianos estabelecidos no sul do país, em SC. Nasceu em Curitiba, PR. Desenvolveu seus estudos nos EUA e Brasil , respectivamente. De volta ao Brasil, em 1977, passou a residir em Belo Horizonte. Sua formação acadêmica é em Turismo. É professora de Inglês, intérprete e tradutora. Como designer de jóias e artesã, desenvolveu um trabalho em acessórios de moda e biojóias.
No setor cultural, tem experiência na área artística e literária, como cantora, escritora e editora. Produziu e coordenou eventos literários, musicais e culturais.Como cantora profissional faz um trabalho com jazz, bossa e blues. Como poeta, ganhou prêmios literários e teve trabalhos publicados em jornais e antologias. Dos prêmios literários, os mais importantes foram os Prêmios BDMG – Cultural de Literatura, com as obras “O Avesso do Cristal” ( editado pelo selo Extravia ) e “Dos Planos de Vôos”(inédito). Em 1990, produziu e coordenou o projeto cultural mensal, “Poesiarte”. Criou o folder literário e o selo editorial “Extravia – poesia e arte em movimento”.
Atualmente,está desenvolvendo o projeto “Cantares dos Sentidos”— um espetáculo de poesia e mpb sensual.


PREFÁCIO

© LIVIA TUCCI

De todas as formas,
a que mais ama,
a que mais enseja,
é a alma turbulenta,
a que impera
na sucessão dos dramas,
cal que sedimenta.

Única armadura,
nicho de chagas,
em vão, a espreitar
o corpo,
mil sentinelas de magos.

Úvida embocadura,
necto mineral,
enfim, a esplender
em partos,
todo o avesso do cristal.



JOAQUIM MONCKS — Escritor. Ativista Cultural. Analista Literário. Nascido em Pelotas, RS, em 29 de setembro de 1946. Deputado estadual constituinte, em 1989. Seis livros publicados desde 1973, ressaltando o “Ovo de Colombo” (2005). É integrante da Academia Sul-Brasileira de Letras; da Academia Literária Gaúcha, da Casa do Poeta Rio-Grandense e da Estância da Poesia Crioula. Em 2003, assumiu a Coordenação Executiva da Casa do Poeta Brasileiro - POEBRAS NACIONAL, entidade líder do associativismo literário, com 70 sedes municipais em 18 Estados da Federação. Em São Paulo, 2006, tomou posse na Academia Internacional Maçônica de Letras - AMIL, a qual congrega maçons escritores de todo o Brasil e dos países de língua portuguesa. Integra o Grupo que publica a Revista Caosótica. Reside em Porto. Alegre/RS. Jurado em festivais de música e poesia. Possui método próprio de oficinação de poesia para escritores-alunos.
joaquimmoncks@brturbo.com.br
www.recantodasletras.com.br/autores/moncks

AMOR

© JOAQUIM MONCKS

Recomeçava a primavera.

Ainda havia gelo
sobre as encostas.
Fios de inverno escorriam
sobre o dorso verde.

Malmequeres entre heras e musgo.

O sol era uma escova tímida
subindo e descendo
sobre o ventre do vale.

O grande púbis ficara úmido.

O gelo desceu rasgando
sobre o pensamento:
era imensamente azul o amanhã,
sob um céu de chumbo.

Começávamos a escrever
nossas memórias.


Do livro "oVO DE cOLOMBO". Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 27.
http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=39856



ADÉLIA MARIA WOELLNER — nasceu em Curitiba e reside em Piraquara (PR). Formou-se em Direito, em 1972, quando foi premiada com quatro medalhas, inclusive a de ouro, por haver obtido o 1º lugar no curso jurídico-noturno. Foi professora (Direito Penal) na PUC do Paraná e Chefe do Departamento de Recursos Humanos na RFFSA, onde foi agraciada com a comenda do Mérito Ferroviário. Pertence à Academia Paranaense de Letras (Cadeira nº 15), ao Centro de Letras do Paraná, do qual foi Presidente (biênio 98/99) e a inúmeras outras entidades culturais. Teve seu nome incluído em diversas obras literárias, entre as quais: Dicionário Literário Brasileiro (Raimundo de Menezes) e Enciclopédia de Literatura Brasileira (OLAC/FAE-MEC).
Publicou em poesia: Balada do Amor que se Foi, Nhanduti, Poesia Trilógica, Encontro Maior, Avesso Meu.., Poemas Soltos, Infinito em Mim (edições em Português, Espanhol, Italiano, e bilíngüe em Português e Francês, Inglês e Alemão); Sons do Silêncio. Em edições de bolso, publicou: Poemas para Orar e Meditar (seis edições, 130.000 exemplares), Poemas para Amar (três edições, 40.000 exemplares) e Trovas do dia-a-dia (1ª edição, 20.000 exemplares). Ainda na área da poesia, lançou o CD Nhanduti-Sempre Poesia.
Outras publicações: Férias no Sítio (infantil); Luzes no Espelho, A Literatura e a História do Paraná (prosa) e Para Onde Vão as Andorinhas (pesquisa) e Graciette Salmon - A Ciranda da Estrela Sozinha (ensaio).
Tem no prelo: A Menina que Morava no Arco-Íris (infantil) e Travessias...– do inconsciente ao consciente (prosa).


CONQUISTA

© ADELIA MARIA WOELLNER

Joguei o laço,
ajustei o nó;
apertei o espaço
e segurei o tempo.

Onde e quando
agora não existem.

Basto-me eu só,
na insistência
em viver...

(do livro “Infinito em Mim”)