POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

quarta-feira, janeiro 10, 2007



FERNANDA FRAZÃO – natural da cidade do Rio de Janeiro, cursou Educação Física na Universidade Gama Filho. Foi professora de dança e expressão corporal e hoje atua na rede municipal de ensino na cidade de Bento Gonçalves, onde reside desde 1989. Participou de diversas antologias de poesia, contos, mini-prosa e haicais e também tem feito incursões pela poesia visual, com participação em diversas mostras internacionais. Acompanha o Congresso Brasileiro de Poesia desde a sua primeira edição, tendo inclusive participado dos eventos que o antecederam.


Te quero
entre os estilhaços
do passado.

No presente arquivo,
mergulho para dentro.

Meio sofrida,
fissurada na linha da vida,
do desejo incoerente
vomitando a dor
de ser tua escrava.

© FERNANDA FRAZÃO



CARLOS BARROS – natural de Recife, tem trabalhos publicados em vários países. No Brasil, além de participar de várias antologias, publicou “Fênix” (1989) e “Poesia” (2001), este em parceria com Paulo Rocha. Neste mês de janeiro lançará “Quest”. É idealizador de inúmeros projetos poéticos, entre os quais o “Disque poesia”, “Tem poesia no meio do caminho”, “Poesia nossa de cada dia” e Buffet de Poesia”. Mas a menina dos olhos deste poeta é uma das maiores atrações do Congresso Brasileiro de Poesia: o “Poesia na Vidraça”, que embeleza as vitrines do comércio de Bento Gonçalves durante o evento. Também é dele o projeto que encerra o evento, o “Pitangueira Poética”, que consiste no plantio de uma pitangueira pelos poetas para marcar sua passagem pela cidade.
É um dos ‘cardeais” do Congresso Brasileiro de Poesia, ao lado de Ademir Bacca, Artur Gomes, Hugo Pontes e Jiddu Saldanha.


FÊNIX

© CARLOS BARROS

Minha poesia, onde estarás?
Por que braços tens andado,
em que mesas de bar?
Em que catres tens deitado,
sem musas com que sonhar?
Em que noites vagabundeias,
em que sarjetas a rolar?
De que paixões te recordas,
sem paixões a incendiar?
Que ressacas matinais,
que solidões te silenciaram?
Que vidas passam sem que vejas,
que vãos amores recusas cantar?
Vem , minha poesia, e mostra
se há vida que valha rimar.
Vai solidão e esquece
do seco peito que insiste em amar.



ELIZABETH CALDEIRA BRITO – é natural de Goiânia, onde é Chefe de Gabinete do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, é membro da União dos Escritores – UBE-GO, da Comissão Goiana de Folclore e da Academia de Letras, Ciências e Artes de Campo Formoso e da Academia Belavistense de Letras, Artes e Ciências. Formada em Educação Física pela ESEFEGO e em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás, publicou “Dimensões do Viver” e “Quatro Poetas Goianos e um Pintor. Participa de diversas antologias. Desde que participou pela primeira vez do Congresso Brasileiro de Poesia, tornou-se uma grande divulgadora do evento em todo o país.


TÍMIDA OBSESSÃO

© ELIZABETH CALDEIRA BRITO

Quero Ser
bola que te embala o ânimo,
o mel que te adoça o beijo,
a língua que te faz a fala,
e o seu som, que encanta almas.

Quero ser
a luz que de ti emana,
o vento que te roça e fere,
o ar que em ti entranha,
o suor que te aflora à pele.

Quero ser
o lençol que te embala o sono,
o sonho que povoa o espírito,
a imagem que guarda a retina,
o chão que te pisa os pés.

Quero ser
o rio que te banha o corpo,
a palha que te guarda o sol,
a água que te bebe a sede,
e a sombra que te segue sempre.


SILVIO RIBEIRO DE CASTROnunca foi convidado a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Não figura em nenhuma coletânea dos Cem Melhores Poetas do Século XX e nunca foi comparado a nenhum grande poeta ou mesmo a um poeta maior. Insiste em afirmar que escreve poesia, mas existem controvérsias. Integra o ‘Poesia Simplesmente”, grupo que se apresenta em teatros, lonas culturais, bares e universidades do Rio de Janeiro, cidade onde reside. Nas últimas três edições do Congresso Brasileiro de Poesia, o Grupo Poesia Simplesmente foi uma das sensações do evento, trazendo a cada ano a Bento Gonçalves um recital marcante. Silvio publicou “Memórias, Confissões & Outras Mentiras” e “Quando o Amor Acaba”, além de integrar diversas antologias.


DESCASCANDO CEBOLAS

© SILVIO RIBEIRO DE CASTRO

Para evitar as lágrimas
enquanto se descasca cebolas,
recomenda-se prender
um pedaço de pão entre os dentes,
ou descascá-las debaixo
de água corrente.
Outra dica interessante
é colocar um palito de fósforo
apagado na boca.
O enxofre se encarregará
dos vapores.
Já para evitar as lágrimas de amor,
infelizmente,
não há nenhuma receita.