POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

terça-feira, dezembro 05, 2006

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CÉLIA ARANTESgoiana, professora, contabilista e poeta. Publicou “Chão Livre” (poemas) e “Fios da Memória” (contos), este agraciado com o Prêmio Alejandro J. Cabassa, concedido pela UBE do Rio de Janeiro. Tem um livro de crônicas inédito: “Rumos” e participação em dezenas de antologias. Integra diversas entidades culturais, entre elas a Academia Feminina de Letras e Artes e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Participa do Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras, de Nelly Novaes Coelho. Participou neste ano pela primeira vez do Congresso Brasileiro de Poesia.


Modernismo

© CÉLIA ARANTES

P‘ro lixo o prolixo,
o discursivo.
Curso curto de vida,
de dívida dividida.
Matem a rima, não arrimo.
A morte surge.
O tempo urge.
Sufoquem a lira
no delírio
do vai-vem,
do vem-vai...
É tempo de terra,
tempo de guerra,
tempo de avanço.
Leitura dinâmica.
Há crise de tempo,
crise de poesia.
Cristo de pão,
de cimento,
elemento duro
como a alma do homem
com fome,
sem poesia.


MANO MELOPoeta e ator, com passagem pelo cinema e pela TV, Mano chama atenção não só pela qualidade de suas poesias, mas, principalmente, pela performance que desenvolve ao lê-las. “O Lavrador de Palavras”, espetáculo homônimo a seu primeiro livro editado, abriu inúmeras portas para o poeta, alçando-o ao status de um dos mais criativos da cena carioca. Participou do grupo Ver-o-Verso com, Claufe Rodrigues, Pedro Bial e Alexandra Maia, entre outros, chegando a recitar acompanhado pela OSB, no Teatro Municipal. Lançou diversos booklets independentes nos anos 80, contribuindo ainda mais para a mitificação de poemas como "Madonna" ou "Sexo em Moscou". Participou ativamente das primeiras edições do Congresso Brasileiro de Poesia e os organizadores pretendem contar com ele em 2007.
Seu “Madonna” faz muito sucesso no Youtube, confira no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/profile?user=vjmrs

BARCO DO TEMPO

© MANO MELO

tem sonhos que a gente quer
que quanto mais se busca mais foge
vai se derramando uma chuva ao longe
a gente pensa que está tudo nascendo
mas é só do esforço de seguir vivendo

aí vem uma luz que brilha dentro e corre
aí vem uma voz que chama dentro e morre

de tudo que a gente quer
a gente mais quer quando sente
que tudo do mundo está dentro da gente
olhamos para as cores e vemos que tudo é lindo!
é só da vontade de seguir sorrindo

aí vem uma luz que chama dentro e cresce
aí vem uma voz que acalanta e aquece
o sonho de amar que faz seguir amando
dá vento ao barco pra ir navegando

mãe linda embalava olhando as ondas
do mar encantado
o barco do tempo foi pescar noutro lado
cantou pássaro da sorte no pé de coqueiro
saudade dançou na chama do candeeiro

barco do tempo
passa no vento
barco barco do tempo
passa passa no vento


SANDRA FALCONE, paulista de nascimento, é advogada por profissão e escritora por opção. Dois livros de poesia publicados: “Retraços de Mulher” (acompanhado de cd com poemas interpretados por Alessandra Sino, Gláucia Libertini e Ivan Parente) e “Notícias de Mim” (também acompanhado de cd com poemas declamados por Miguel Falabella e Elisa Lucinda). Além de participações no Congresso Brasileiro de Poesia, tem integrado também caravanas do Proyecto Cultural Sur ao exterior. Participa de todas as antologias publicadas pelo evento.

meu poema está
aqui ao meu lado
eu sei bem
o que quer

vestes transparentes
de delicadeza

para que possa transcender
no dorso das metáforas
e voar
até o belo

pobre poema
preso em mim
nesta solidão de
palavras

enquanto eu alimento
o meu cotidiano
de coerência
meu poema agoniza
lentamente
faminto de sonhos
que já esqueci
de sonhar

© SANDRA FALCONE


JIDDU SALDANHA é paranaense nascido sob o signo de capricórnio. Considerado o melhor mímico do Brasil, tem se dedicado também à poesia e às artes plásticas. Sua trajetória está intimamente ligada ao Congresso Brasileiro de Poesia, pois foi em Nova Prata, quando da primeira edição do evento, que ele começou sua trajetória nacional. Atualmente reside no Rio de Janeiro.

poema noite

noite, canta pra mim
assim, grilo no telhado
centelha de vida e sonho
engendra suave desejo
velejando tua partitura

urdida de esperanças
canta teu silêncio ao grilo
brilhando suave e vazia
apaziguando as estrelas
estremecidas de frio