POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

quinta-feira, março 08, 2007


BILÁ BERNARDES — Maria Angélica Bernardes Santos nasceu em Santo Antônio do Monte. Em 1970, mudou-se para Belo Horizonte onde trabalhou como professora, tendo se aposentado em 2005. A partir de 1995, atua, também, em atendimento clínico psicopedagógico.
Participou de duas antologias no XIV Congresso Brasileiro de Poesias, em Bento Gonçalves: “Poesia do Brasil”, volume 4, e “Poetas do Café”, volume 2.
Tem o poema “Saber Hiperativo” publicado na revista E.PSI.B.A. nº 12, outubro de 2007, em Buenos Aires.Tem três livros organizados e nenhum publicado, por enquanto, pois como boa mineira, não tem pressa. Sua poesia circula em sites, entre os amigos e poetas da internet.
Participou do Congresso Brasileiro de Poesia pela primeira vez em 2006.

SURDEZ

© MARIA ANGÉLICA B. SANTOS

Ensurdecedor
o barulho dos canhões
Ensurdecedor
o som das bombas
que caem
sobre o oriente médio
Ensurdecedor
o som das mortes silenciosas
em periferias de nossas
cidades
Ensurdecedor
o grito mudo
de quem silencia denúncias
de abusos
em todos os espaços

Ouçam o silêncio!
Ouçam o que ele grita!
Ouçam o que denuncia!

A morte do pensamento
sangra mais
que os noticiários
dos jornais



GAITANO ANTONACCIO — Gaitano Laertes Pereira Antonaccio é advogado, contabilista, empresário, escritor, poeta, articulista e conferencista. Nasceu em Manaus, a 28 de janeiro de 1940, filho de Francisco Antonaccio e Neuza Pereira Antonaccio. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Amazonas. Casado com a professora Maria do Carmo Azevedo Antonaccio, tem os seguintes filhos: Laerte, Cacilda e Cynthia. Possui vários cursos de especialização em Direito e Turismo.
Membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, de Letras, Ciências e Artes do Amazonas; Academia de Letras do Irajá, Rio de Janeiro; da Academia de História do Amazonas e outras. É fundador e primeiro presidente da Associação dos Escritores do Amazonas. Possui vários lauréis no Amazonas, Brasil e exterior, além de 71 obras publicadas, versando sobre temas variados, da poesia ao romance.
Reside em Manaus e é um dos responsáveis pela integração da poesia amazônica dentro do Congresso Brasileiro de Poesia, do qual tem participado regularmente.


POR QUE ESCONDES?

© GAITANO ANTONACCIO

Porque escondes esse amor
que excede em teu coração?
Que te custa declará-lo, dizer
tudo o que sentes, se assim
a vida te ocorrer melhor?

O que te impede no amor,
sentir o corpo todo aquecer
e gozar o gozo com ternura?

Não vês que assim, te privas
muito mais ainda de viver
o esplendor do sexo, porque
tens medo de te apaixonar?

Ora, querida, a paixão é doce
e nunca foi capaz de sufocar
de matar, de não deixar viver!

Não percebes nessa indecisão
que estás perdendo o senso,
que não corres em busca da
felicidade e podes fatalmente,
enfrentar a dor da solidão?



LOURDES SARMENTO — Nasceu no Recife. Poeta, ficcionista, pesquisadora, biógrafa e jornalista, é editada por Vericuetos / Chemins Scabreux, em Paris, e Editorial Francachela de Buenos Aires. Possui 20 livros publicados em português, inglês francês e espanhol, participação em 68 antologias nacionais e internacionais, tendo trabalhos literários e jornalísticos apresentados em Washington e Miami (USA), Lima (Peru) Cidade do México e Lisboa (Portugal). Organizou a antologia “Poésie du Brésil”, publicada em Paris, catalogada pela Fundação Gulbenkien e colocada na Internet pela Embaixada do Brasil, em Paris. Juntamente com Beatriz Alcântara, organizou o Projeto Literatura dos Trópicos, reunindo 2005 poetas e ensaístas de todo o Norte e Nordeste do Brasil. Foram publicadas ilustrações de trinta artistas plásticos de Pernambuco e do Ceará.
Pertence a diversas entidades culturais e é detentora de numerosas homenagens e prêmios em vários estados do Brasil.



A DÚVIDA

© LOURDES SARMENTO

O que angustia
são essas máscaras
circulando a casa
sentando-se à mesa

O que angustia
são as despedidas
o quarto vazio
onde a insônia habita

O que angustia
é a palavra ferida
estirada sozinha
ao nosso lado

O que angustia
é ser barco sem leme
no mar em fúria

O que angustia
é não saber qual porto
dará abrigo



GERALDO COELHO VAZ Nasceu em Goiânia, em 24 de setembro de 1940. Formado em Direito pela UCG. Professor de Direito Penal e de Processual Penal, na Escola dos Oficiais da Polícia Militar. Repórter, por muitos anos, da Folha de Goyaz, dos Diários Associados e colaborador de diversos jornais goianos. Presidente por três vezes da UBE/Goiás, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Academia Goiana de Letras, e outras entidades culturais brasileiras.
Um dos fundadores do Grupo de Escritores Novos (GEN), movimento literário que polemizou a literatura goiana. Foi secretário de Estado de Cultura. É verbete da Enciclopédia Afrânio Coutinho, Ministério da Educação (1990). Fundou os jornais “A Voz do Escritor”, “Mutirão Cultural” e “Painel Cultural”. Participa ativamente do movimento cultural do estado e recebeu o troféu “Tiokô”, conferido pela UBE-GO. Em 2004, recebeu a medalha “Hugo de Carvalho Ramos”, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás e o prêmio Clio de História, pela Academia Paulistana de História, com o livro “Senador Canedo – vida e obra” e a comenda “Grão-Mestre da Ordem do Mérito Anhanguera”, do Governo goiano, no grau de Comendador pelos relevantes serviços prestados ao Estado de Goiás. Atualmente é o presidente da Academia Goiana de Letras. Tem 18 livros publicados.
Tem participação ativa no intercâmbio cultural entre a poesia de Goiás com o Congresso Brasileiro de Poesia.


NUM GESTO DE LUTA

© GERALDO COELHO VAZ

Num gesto de luta
aproveita o intervalo.
Espetáculo verdadeiro
de verdadeiro entusiasmo.

Um nome.
Um peixe que sobe,
saltita, pula e dança.
Dança trotando
e retorna às águas do mar.

É o velho e o mar.

Mãos firmes
na corda da pescaria
sangra a firmeza do sonho.
Sonho grande
na grandeza de um peixe.

Luta perpassa a hora,
horas contínuas
de vida e coragem.

Hemingway fascinante
no espetáculo da novela,
da guerra entre dois,
da vitória e da vida.