POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

terça-feira, abril 13, 2010

JANETE TEREZINHA NODARI FRACALOSSI — É natural de Bento Gonçalves, onde nasceu em 26 de novembro de 1958. Formou-se em Letras pela Fundação Educacional da Região dos Vinhedos. Publicou, em 1993, “Fendas da Paixão”, volume 17 da Coleção Prata Nova. Participou, em 1995, da Antologia bilíngüe “Presença de Itália”. Recebeu inúmeras premiações em concursos literários, entre eles: Concurso Universitário de Literatura da FERVI, Concurso de Contos, Crônicas e Poesias, da Secretaria de Educação e Cultura de Bento Gonçalves, Concurso Literário Mansueto Bernardi, da Prefeitura Municipal de Veranópolis, Concurso de Poesias Oscar Bertholdo, da Prefeitura de Carlos Barbosa, Concurso Nacional de Poesia em Homenagem a Ayrton Senna, do Instituto de Poesia Internacional de Porto Alegre, Concurso Literário Sementes e Vitórias de Bento Gonçalves, alusivo aos 125 anos de imigração italiana, Concurso Storia Nostra, do Jornal Pioneiro e Festa da Uva de Caxias do Sul. Publicou regularmente seus poemas na revista Enfoque e no Jornal Garatuja. De seus escritos disse o poeta Oscar Bertholdo: “têm o necessário jeito de uma paisagem, nela vemos muito da vida que nos cerca, vemos muito dos sonhos que nos restam”.

MEU TEMPO

© JANETE TEREZINHA NODARI FRACALOSSI

Meu tempo é de ser um vale
Alimentando estações,
Madurando frutos
de um pomar de ilusões.

Meu tempo é de ser um rio,
despretensioso,
Que, à noite,
Tem olhos,
Mãos e boca desalinhados.

Meu tempo é o feminino.
O corpo é um livro.
O poema, semente.

MARCO TULIO — O poeta Marco Túlio Schmitt Coutinho nasceu em 1981, na cidade de Taquari/RS. Escreve poemas e contos desde a sua adolescência, suas escritas se relacionam com os pensamentos sobre a vida, imaginação, sensibilidade... Sua família e amigos sempre estão muito presentes, apoiando de todas as formas em seus propósitos; especiais e essenciais em cada momento. O seu primeiro livro de poemas, "Litoral", recheado de metáforas e visões filosóficas, foi lançado em julho de 2008 na festa de comemoração do aniversário de sua cidade. Foi publicado de forma independente em duas edições, numa tiragem total de 100 cópias. Alguns de seus escritos foram publicados em jornais, tais como: O Taquaryense (2º jornal mais antigo do RS), O Açoriano, O Fato Novo e em fanzines de amigos, antes e após a publicação do livro. Entre os trabalhos literários, Marco verte também para a composição de músicas, com uma atmosfera muito etérea e introspectiva. "Estação Zoo", banda da qual ele faz parte, lançou o primeiro disco "Das coisas que ficam", através da internet e da revista mp3 Magazine, no ano de 2006. Com um tom lírico, intimista e envolvente, o escritor se dedica atualmente aos dois romances que pretende lançar nos próximos anos, e à conclusão de seu segundo livro de poemas; todos já com boa parte de sua arte em andamento. Atualmente disponibiliza poemas inéditos, semanalmente postados no seu blog, “Essência Contemporânea”.

MONÓLOGO SECRETO

© MARCO TULIO

Parte de mim é lâmina
Que exposta à luz
Produz hologramas na parede silenciosa da noite...
Nos mistérios da pele ardem sonhos
Riscos crepitados subindo na fogueira
Improvisada pelo sal dos meus olhos
Que se desmancha
Sou a sombra que o bosque esculpe nas vestes turvas do lago
Pra me acompanhar no escuro
Eu me projeto no fundo
E entre as plantas e pedras resguardadas de um sono líquido
Eu permaneço acordado
Mas isolado da falta vil dos desinteressados
Percebo que até os musgos umedecidos tem um sentido
Solitários compõem o abrigo dos espantados
Na sua verde solidão não existe definição para a minha
Os arpões são afiados, dia-a-dia, feito facas de cozinha
Apontados para o vão das costelas que emergem nas águas
O tesouro que procuramos é um baú de mágoas
Mas o sol que ilumina o caminho de crinas torna tudo espelhado
O tesouro é o invisível do que temos guardado, e entregamos...
Como a alma se entrega ao nirvana
Quando se encontra com a sua unidade
Que é a verdade na expansão sob os muros
Lada a lado com a sua metade
Antes de ir... Admiro os corais silenciosos
Ecoando o monólogo nas bolhas de ar que sobem do fundo
De mim... Até parar


SILVIA BENEDETTI — Nasceu em Varginha-MG. Advogada, Ativista Cultural, é, pela sétima vez, Presidente eleita do Grêmio Literário Castro Alves, onde criou o Encontro da Saudade, Concurso Nacional de Sonetos, Concurso Poetas da III Idade, Troca-Troca de livros usados, Festival de Poesia Falada, Poemarte, etc. além do Boletim Informativo “Vereda Cultural”. De sua autoria, tem os seguintes livros publicados: “Quase Miragens”, (poesia) e “De Stack para a Terra” (infanto-juvenil). Para publicar: “O cavalo Alado”, “A menina Borboleta” e “Alfabeto em Versos”, todos de literatura infanto-juvenil, além de novas opções, poemas e outros. É trovadora e repentista além de realizar palestras literárias. Premiada em prosa e verso, tem inúmeros trabalhos formatados por suas amigas virtuais. Organizou: “Presença da Itália”, (bilíngüe), “Confidências Mineiras”, os três volumes de versos “Diversos” e vários volumes comemorativos do GLCA.

CASARÃO

© SILVIA BENEDETTI

Nas madrugadas insones
casulos de luz
ornavam folhas e flores
no quintal do casarão!
Na semi-escuridão,
sob o semáforo da lua
os atentos olhos de noite que findava,
silentes velavam
CONFIDÊNCIA MINEIRAS
sussurradas entre paredes caiadas.
No casarão,
homens austéros teciam os sonhos:
“LIBERDADE AINDA QUE TARDIA”,
enquanto o lampejo vivo da esperança
faiscava em seus olhares vítreos.

No casarão
de mineiras tradições
a sina de alguns
criou fatos, gerou atos
que fizeram a história de todos nós.

RACHEL MARTINEZ — Nasceu em Montevidéu, Uruguai. Dedicou 35 anos de sua vida à Docência. Especializou-se em Pré –escolar , onde ocupou, por concurso, o cargo de professora e diretora. Aposentou-se em 2000 como Inspetora-Supervisora na sua especialidade. Escreve desde sua infância e começou a publicar mais adiante num jornal. Em 1986 publicou seu primeiro livro:”Por tus raíces... mis alas”. Depois vieram: “Cuatro soles” (1987 1ª edição -1989, 2ªedição), “Dos lunas nuevas” (1988), “Via Láctea” (1989), “Desempolvando estrellas” (1993), “Esa gota de sangre charrua” (1994), “Uma borbuja de ilusión” (1995, traduzido para o português e francês), 1996. “Artigas, presencia entre nosotros” (1996), “Páginas de mi rosa” (2004), “Verano em celo” (1ª edição México, 2ª ediçãoUruguai) e “Vino derramado” (2007). Em preparação tem a novela Transmutaciones. Os livros editados estão dedicados ao público infantil e adolescentes, à exceção dos 4 últimos.
A autora recebeu numerosos prêmios pela sua narrativa e poesia dentro e fora de fronteiras uruguaias. Integrou e integra diferentes júris de certames literários do meio e prefaciou e apresentou livros de autores nacionais e estrangeiros. É presidente do Centro Hispano Americano de Artes e Letras, instituição que há 35 anos trabalha pela cultura do seu país. Organizou encontros internacionais de Artes e Letras em 2003, 2005 e 2007 no Uruguai, tendo ao seu cargo a compilação dos poemas estrangeiros em “Las voces del mundo” ( I, II e III) e as antologias “Navegando cielos de América” (2004) e “Navegando cielos del mundo” (2007) Participou de Congressos, Seminários e Encontros Literários no Uruguai, Argentina, Brasil, Paraguai, Cuba, México e Chile.

MODELA MI CÁNTARO

© RACHEL MARTINEZ

Tu viento ulula hambriento
y estremece mis ramas,
despertando los brotos dormidos.
Osadas caricias que desnudan
de la copa a la raíz.
Así quiero vivir, viento alfarero,
modela mi cántaro,
que en él quiero contener
tu suero vital.