
EUNICE ARRUDA — Poeta, autora de doze livros publicados, entre eles: “É tempo de noite” (1960), “O chão batido” (1963), “Invenções do desespero” (1973), “As pessoas, as palavras” (1976), “Mudança de lua” (1986), “Gabriel:” (1990), “Risco” (1998), “Há estações” (2003). Presença em antologias, com poemas publicados no Uruguai, França, Estados Unidos e Canadá.
Prêmio no Concurso de Poesia “Pablo Neruda”, organizado pela Casa Latinoamericana, Buenos Aires, Argentina.
Ministra oficinas de criação poética desde 1984. Coordenou os projetos “Tempo de Poesia/Década de 60” em 1995 e “Poesia 96/97”, promovidos pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Por tais iniciativas recebeu o prêmio de Mérito Cultural conferido pela União Brasileira de Escritores/RJ. Em 2005, foi homenageada com o prêmio “Mulheres do Mercado”, concedido pela Casa de Cultura Santo Amaro – São Paulo/SP.
CONSIDERAÇÕES
© EUNICE ARRUDA
não repetir
a palavra
repartir a
mesa farta
ou a nuvem
nas águas
do poço
não evocar
o meu rosto
beber o gosto
das noites ou
o leite da alvorada
e caminhar
lentes crianças
até à montanha
se há luz ou
se há sombra
tudo é ciclo
não morada
enterrar longe
os mortos insubmissos