POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

quarta-feira, janeiro 02, 2008

LAU SIQUEIRA — nasceu em Jaguarão-RS, no 21 de março de 1957. Publicou seus primeiros poemas na coluna do Bric-a-Brac da vida, do Jornal Correio do Povo, onde trabalhava o grande Mário Quintana. Sua vida literária, no entanto, começou a tornar-se mais conhecida depois que foi morar na Paraíba, há 22 anos. Adepto do movimento arte-correio, o poeta imprimia seus versos e poemas visuais em aerogramas, distribuindo-os pelo país. Publicou em revistas, suplementos, fanzines e folhetos literários do Brasil e do exterior.
Em 1993, em parceria com a contista Joana Belarmino, lança “O comício das veias”, pela editora Idéia-PB. Em 1998, pelas edições Trema (selo criado pelos poetas José Caetano, Antônio Mariano e André Ricardo Aguiar) lança “O guardador de sorrisos” e recebe o prêmio Dom Quixote de Literatura, oferecido pelo Jornal “O Capital”, de Aracaju-SE. Em 2002, lança “Sem meias palavras”, também pela Idéia Editora e é incluído na antologia “Na virada do século – poesia de invenção no Brasil”, Editora Landy-SP. Anualmente tem seus poemas publicados pelo Livro da Tribo, Editora Tribo-SP.
Possui o blog “Poesia Sim” e uma comunidade homônima no Orkut. Sua poesia encontra-se amplamente difundida na internet.

o discurso da pele

© LAU SIQUEIRA

nasci ontem
parece

não sei das pessoas e das coisas
do universo
sei apenas das sensações líquidas
que em mim deságuam em leito
e margem oprimida

não sei das agruras nem das
mágoas que
carregam as almas como as
formigas carregam folhas

não sei das canções de despedida
jamais entoadas ou dos acordes
sensoriais da primeira sílaba na
palavra saudade

nasci ontem
até já posso dizer
que tenho esta certeza

mas isso não é novidade para quem
morre um tanto a cada dia tragado
em bolhas de desencanto

nasci como quem traz consigo toda
idade do mundo e uma bandeira de
motivos

por isso
vivo a cada instante o açoite sem pele
vestido de uma solidão que me despe


(do livro Texto Sentido)


3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

lindo!
lia

12:46 AM  
Blogger Claudia Almeida disse...

Lau Siqueira

Falar de sensações que nos deixam a margem e dos que oprimem
Muito próximo de uma formiga que segue sem refletir e só carrega
Muito belo seu poema e agradável diante de nós chega você Poeta
Que coloca palavras duras numa continua leitura leve!

Claudia Almeida

12:09 AM  
Blogger Claudia Almeida disse...

Lau Siqueira

Falar de sensações que nos deixam a margem e dos que oprimem
Muito próximo de uma formiga que segue sem refletir e só carrega
Muito belo seu poema e agradável diante de nós chega você Poeta
Que coloca palavras duras numa continua leitura leve!

Claudia Almeida.

12:12 AM  

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