AIDENOR AIRES – Nasceu em Riachão das Neves, Bahia, mas reside em Goiânia desde a infância. Bacharel em Letras Vernáculas e em Direito, aposentou-se como Promotor de Justiça. Pertence à Academia Goiana de Letras e à Academia Goianiense de Letras. Presidiu a UBE/Goiás e atualmente preside o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Poeta e contista, tem treze livros publicados, entre eles: “Reflexões do Conflito”, “Na Estação das Aves”, “Lavra do Insolúvel”, “O Canto do Regresso” e “Aprendiz do Desencanto”. Tem sido presença constante, sempre com grande atuação, nas últimas edições do Congresso Brasileiro de Poesia.
PERMANÊNCIA
© AIDENOR AIRES
Só para não morrer
me deitei ao teu lado
e desatei a esteira
de pássaros.
As cabras pastavam dos cabelos,
e não havia mais
que o momento
suspenso
sobre nossa cabeça.
Só para não morrer dei meu nome
às coisas da terra.
Dei meu nome
ao rio de leite
e aos teus seios profundos.
Foi só para não morrer
que eu imitei o amor
e me pus na voz das coisas
e no abismo, por onde alagavam tuas pernas,
a luz dormente de uma estrela escura.
Fiz do não ser,
da inteira ausência,
minha manhã de perdição,
ser de procura.
Foi só para não morrer
que eu me deitei ao teu lado
como um menino no frio,
cativo pássaro calado.
2 Comentários:
Belo poema. Parabéns!
O Aidenor é um orgulho. Pela poesia, de grande finura; e pela amizade, que não se apaga, mesmo com as ausências intermináveis.
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