
ECCE HOMO
© ÁUREA MIRANDA
Tantas coisas que o tempo amortalhou – e às tantas
se foi acrescentando o peso da mortalha!...
Cada viagem, um sonho – e um navio que encalha
antes de ver o porto. E vamos lá – que as santas
brisas feitas promessas tecem nova malha
no organismo das almas, produzindo mantas
para esconder o putrefato das infantas
esperanças sem luz, no parto da navalha.
Mas o homem persiste – a humanidade é forte –
e até mesmo resiste a procurar a morte:
a maioria insiste e cumpre os dias seus.
Porque ele sabe, eu creio, que o crucificado
é um signo que veio em cada qual plasmado,
como princípio, meio e fim para ser deus.
1 Comentários:
Abraços. sempre!
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial