ENISE CARONE — Sou uma pisciana nascida no dia 8 de março em Bragança Paulista. Adotei a cidade de São Paulo no momento de cursar a Faculdade de Educação Física na USP. E aqui fiz minha vida... Trabalhei como professora em escolas públicas e particulares. Depois de filhos crescidos, as arvores florindo, escolhi as palavras como ferramenta para aparar algumas arestas. Coloquei nelas um tempero suave e tentei acertá-las de uma forma coerente, com ritmo e algumas rimas. Daí os poemas foram nascendo na poesia que havia em mim. Nem acreditei que, dentro dos meus vôos rimados, ela fosse aparecendo e vencendo minha timidez. Fui me arriscando a mostrá-las para os amigos, que por serem amigos diziam – Que linda! E meu vôo foi mais alto, expondo meu pensar, meu sentir, meu sonhar e assim, graças a força dos que falavam, o mundo precisa conhecer o que você escreve, não deixe tudo ficar numa gaveta. Então, num ataque de coragem e o medo vencido sentei para organizar meus escritos. Não há caminhos temidos, mas repartir os sentimentos é temeroso. Ao colocar uma letra enfeitada, com palavras ornadas de amor, medo, angustia, fúria, carinho e outras tantas ousadias, fui construindo a cada dia minha poesia. Não tenho estilo próprio, talvez aí resida meu estilo. Nem sei se nasci para poetar, mas o meu destino me fez seguir este caminho, as nuvens me mostraram para onde deveria ir meu movimento e fui seguindo o trajeto do vento e estou aqui. As metáforas me ajudam e muito a buscar o que quero dizer sem falar. O ritmo é meu eterno parceiro e junto com a musica, eu passeio pelos campos da minha imaginação, fertilizo minha inspiração e a cada palavra que deixo cair no papel são como as folhas que voam pelo tempo em busca de um chão... Talvez, ao publicar meus versos, alinhados ou não, rimados ou não, loucos ou não, eu esteja perto da entrada para uma certa felicidade ou ela é que tenha me encontrado. Quem sabe!
TELEPATIA
© ENISE CARONE
Encante-me!
Sem que eu saiba
Onde começa o teu riso
Ou termina o teu pranto.
Encante-me!
Sem que eu conheça
As estampas da tua agonia
Nem onde deitam teus medos.
Encante-me!
Com a lua a brincar
De encher e minguar
No céu de tuas magias.
Encante-me mesmo!
Sem fazer de conta
Que a força da minha onda
Não afronta
As marolas da tua calmaria.
Encante-me!
Deixe o teu rastro
Nas minhas noites vazias
Conte-me qualquer história
Que saia da tua cartola...de fantasias.
Surpreenda-me!
Faça com que em tua trajetória
Teus aromas em mim se encalhem
Mesmo que teus encantos se espalhem
Ainda assim... por telepatia...
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