TEREZA LIMA GONDIM — Não me pinto não me faço — olhos garços de criança — janela aberta que me vê mudam de tom a cada instante: Amarelo verde da montanha esverdeado da correnteza estampado de lembranças retratam às vezes incerteza Cores mutantes nessa busca mostruário em um caminho quem sou... para onde vou? O ponto visível... serei eu? Se não sou e não me faço imaginem nos meus versos.
PARA ALÉM DOS MONTES
© TEREZA LIMA GONDIM
manchas verdes na planície
sombra da folhagem ao longe
juazeiros somem com as estrelas
caatinga um vermelho indeciso
manchas brancas são ossadas
círculos — vôo negro de urubus:
desejos de carniças moribundas
entre caminhos espinhos e seixos
de rês perdida, nem um berro
uma fazenda deserta sem vida
seu morador assim fugindo
agora olha os rios que secaram
com sede beberam o caminho
frágil sai de bolsa a tiracolo
segue depressa machuca a areia
sonha o próximo pau-de-arara...
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