IACYR ANDERSON FREITAS — nasceu em Patrocínio do Muriaé, Minas Gerais, em 1963. Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora, o poeta obteve também, pela mesma instituição, o título de mestre em Letras (área de concentração: Teoria da Literatura). Publicou diversos livros de poesia, ensaio literário e prosa de ficção, tendo recebido várias premiações no Brasil e no exterior.
Sua obra se encontra bastante divulgada em outras línguas e países (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Malta e Portugal).
Além de colaborar intensamente com a imprensa brasileira, já publicou poemas e textos críticos em Arquitrave (Colômbia), Comun Presencia (Colômbia), Fokus (Malta), International Poetry Review (USA), Los rollos del mal muerto (Argentina), O comércio do Porto (Portugal), Private (Itália), Punto di vista (Itália), Ricerca research recherche (Itália), Rimbaud Revue (França), Saudade (Portugal), Semicerchio (Itália) e Serta (Espanha), entre outros.
Sua obra se encontra bastante divulgada em outras línguas e países (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Malta e Portugal).
Além de colaborar intensamente com a imprensa brasileira, já publicou poemas e textos críticos em Arquitrave (Colômbia), Comun Presencia (Colômbia), Fokus (Malta), International Poetry Review (USA), Los rollos del mal muerto (Argentina), O comércio do Porto (Portugal), Private (Itália), Punto di vista (Itália), Ricerca research recherche (Itália), Rimbaud Revue (França), Saudade (Portugal), Semicerchio (Itália) e Serta (Espanha), entre outros.
A UMA FORMIGA
© IACIR ANDERSON FREITAS
Sei que cumpres teus anos
a cada minuto,
que não terás muito tempo
para o que de fato é o tempo
e suas recusas.
Vejo-te cruzar agora
o planalto de linho e trigo
que diante de mim
é uma simples mesa
mas em ti
assombra a eternidade
com suas frutas,
seus lençóis de pão e açúcar,
suas colheres de um leite
que lembra na carne
o paraíso.
És para mim
uma máquina sem sentido no mundo.
De tua boca
fogem talvez cometas absurdos,
constelações que têm no dorso
o nome de meus antepassados,
folhagens que não vi ou não provei, palavras
que ainda me chamam
da infância.
És o que não compreendo.
O que é extremo
feito o sinal de Deus
e não compreendo.
Tu continuas sobre a mesa.
O planalto de linho não se acaba,
indiferente a mim e a ti
nesta casa.
A minha presença, o meu assombro, nada
chegou ainda a teu corpo.
Tu tens talvez este resto de tarde
que não deixará um nome
na inconsciência
que te move.
Também eu
que te sei
não me salvo:
esse incêndio levará um dia
a tua lembrança
do meu sangue, levará a lembrança
de outros dias,
a memória do sangue
no meu sangue
e o mundo voltará à indiferença
que nos cerca.
Teu corpo vence enfim o beiral de linho
e desaparece comigo
no caos.
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