ARICY CURVELLO — Considerado pela Crítica um dos melhores poetas de sua geração. Sob a ditadura militar (1964-1985), sofreu prisões e perseguições. Viveu em BH, no Rio, na Amazônia e na Europa. Reside no litoral do Espírito Santo. Correspondente no Brasil da revista literária lusa Anto (1997-2001), subsidiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas. Sócio da União Brasileira de Escritores (São Paulo), da Casa do Escritor (São Roque/ SP) e do Instituto Histórico e Geográfico/ ES. Sócio fundador do Instituto de Artes, Cultura e Ciências do Triângulo, de Uberlândia (MG). Integra o Conselho Editorial de Literatura - Revista do Escritor Brasileiro. Livros de poesia publicados: “Os Dias Selvagens te Ensinam” (1979); “Vida Fu(n)Dida” (1982); “Mais que os Nomes do Nada” (1996); “O Acampamento” (em edições solo a partir de 2005); “50 Poemas escolhidos pelo Autor” (2007). A sair: “Menos que os Nomes de Tudo”. Em prosa : “Uilcon Pereira: no coração dos boatos” (2000), Prêmio Joaquim Norberto (Ensaios Publicados / Biografia) da UBE/RJ; “Anto: revista portuguesa de poesia” (2000) e “Uma Dimensão que não Termina” (2002). Integra importantes antologias nacionais, entre outras: “Brasília na Poesia Brasileira” (org. Joacyr de Oliveira, Brasília: INL; Rio: Ed.Cátedra, 1980); “A Poesia Mineira no Século XX” (org. Assis Brasil; Rio: Imago,1998). Incluído nas antologias da revista lusa Anto, do caderno francês de poesia Jalons e do jornal norte-americano Helicóptero. Em Portugal, integra três antologias internacionais. organizadas pelo poeta francês Jean-Paul Mestas (prof. da Sorbonne) e a “Antologia de Poetas Brasileiros” (org. por Mariazinha Congílio),todas quatro pela Universitária Editora, de Lisboa. Na Espanha, “Antologia de la Poesia Brasileña”, organizada pelo especialista Xosé Lois García, pela Laiovento. Na França,em tradução do Prof. Jean-Paul Mestas, “Le Campement / O Acampamento”, lançamento de Les Presses Littéraires. Verbete: Enciclopédia de Literatura Brasileira (Prof. Afrânio Coutinho, 1a.ed. 1990 e 2a. ed. 2001); Dicionário Biobibliográfico de Escritores Brasileiros Contemporâneos (Prof. Adrião J. Neto, 1998 e 1999).
O NÁUFRAGO
© ARICY CURVELLO
Os planos que malogram,
a fortuna que se rende,
o fado que tem olhos
de acaso e relógio,
pelo pesadelo a grande Barca abalroada,
três mil passageiros se paralisaram no terror da hora,
em plena noite, ao mar, na baía da Guanabara.
Alguns, das águas
recuperados. Um, não dos mais belos, porém dos mais
jovens,
fortes ventos e correntes o impeliram para fora
da barra, para as altas águas, o alto mar,
roído de peixes,
que humano já não era, incorporado
a medusas, a algas, ao
plenilúnio, às vagas, aos eflúvios do sal .
Agora, sua respiração percorre o litoral.
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