POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


CLAUFE RODRIGUES - Nascido em 1956, está na estrada da poesia desde 1977, ou seja, há 30 anos, quando fez seu primeiro recital. O primeiro livro, "Uma onda engole a outra" (Ed. do Autor) veio dois anos depois, ao mesmo tempo em que atuava com o grupo Bandidos do Céu, do qual faziam parte, entre outros, Mano Melo e Tanussi Cardoso. Depois dos grupos Bazar do Baratos e Madame Suzi, Claufe juntou-se a Pedro Bial e Luiz Petry para fundar o lendário trio Os Camaleões, em 1984, principal responsável pelo ressurgimento dos recitais de poesia naquela época. Desde então, Claufe Rodrigues publicou cerca de 10 livros, entre eles "Poemas para flauta e vértebra" (Ed. Diadorim, 1994), "O arquivista" (Sette letras, 1995), "Amor e seus múltiplos" (Ed. Record, 1997), "Roman-se" (Ed. Record, 2001), "100 anos de poesia" (O Verso Edições, 2001) e "Escreva sua história" (Ed. Five Star, 2004). Em 1999, fundou com Pedro Bial, Mano Melo e Alexandra Maia o grupo Ver o Verso, trazendo mais uma vez de volta a onda dos recitais. Em 2005, estreou o Palavrão, primeiro programa de poesia da TV brasileira, no Canal Brasil. O poeta e jornalista participa com freqüência de eventos literários, contribuindo para popularizar e democratizar a poesia em várias cidades do Brasil. Através da Globo News, TV Futura e Canal Brasil tem sido o maior divulgador do Congresso Brasileiro de Poesia, além de ser o apresentador oficial, ao lado de Monica Montone, do recital “A Voz dos Povos”.

O DONO DO TEMPO

© CLAUFE RODRIGUES

Vejo beleza em tudo o que vejo
Porque sou poeta e me alimento do que é belo
Ante meus olhos
Baleias viram sereias
Sirenes tocam sinos
Tenho a alma de um menino
Que ainda está para nascer.
Sou o dono do meu tempo
Mas de repente vem um vento e eeeê...

Vejo beleza nos casais que se amaram para sempre
E porque não, vejo beleza nos amantes de ocasião,
Verão vermelho na eternidade cinza.
Vejo beleza na flor e no espinho,
Na água e no vinho,
Na derrota e na vitória.
Vejo beleza na Marina e na Glória, de mãos dadas ao entardecer.
Sou o dono do meu tempo
Mas de repente vem um vento e eeeê...

Vejo beleza nas ruas secundárias,
Mais do que nas avenidas principais.
Vejo beleza nos velhos caminhando nas praças,
Nas meninas comendo pizza nos shoppings,
Até no motorista que avança os sinais,
Enquanto os pedestres passam apressados,
Prestes a enlouquecer.
Sou o dono do meu tempo
Mas de repente vem um vento e eeeê...

Vejo beleza no mínimo e no máximo,
No desperdício e no básico,
No popular e no clássico,
Na música e no barulho,
No vício e na virtude.
Vejo beleza até quando não vejo,
Quando beleza é só o desejo de ver.
Sou o dono do meu tempo
Mas de repente vem um vento e eeeê...

1 Comentários:

Blogger SAM disse...

Vejo beleza eeeê! E toda sensibilidade do poeta: na alma de menino e quando a beleza é só o desejo de ver...

Boas Festas!

Beijos

11:45 PM  

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