POETAS DO BRASIL

Blog para divulgar poetas brasileiros e estrangeiros que têm participado das atividades do Congresso Brasileiro de Poesia, realizado anualmente na cidade de Bento Gonçalves/RS, sempre na primeira semana de outubro

sábado, abril 10, 2010

MARCELO WALLAU — Marcelo Osório Wallau, nascido em Porto Alegre em 11 de maio de 1988, mas criou-se em Santana do Livramento, interior do RS, onde teve desde pequeno contato com o campo e morou até os 16 anos. Criado na fazenda, sempre gostou das artes literárias, mas despertou sua alma poética ao ver-se afastado das origens, tendo que morar na cidade grande em 2004, quando morou no exterior e depois mudou-se para Porto Alegre para terminar de cursar o ensino médio no Colégio Rosário. Atualmente é estudante de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Publicou seu primeiro livro, “Tropa de Versos, meus olhos de ver o mundo...” em 2008, onde traz uma coletânea de poesias de âmago tradicionalista gaúcho. Marcelo transmite nas suas poesias fragmentos da infância na fazenda, em Santana do Livramento, de suas andanças e da vida atual, em Porto Alegre, através de relatos de cenas campeiras, paisagens interioranas e retratos de sentimentos.
Mantém um blog atualizado com suas poesias e andanças pelo mundo:
www.marcelowallau.blogspot.com

PSICOLOGIA CAMPEIRA

© MARCELO WALLAU

Te olho aqui perto
Mas enxergo ao longe
E ali fico entretido
Pensando na vida e n’outros
Me consolo vendo o fogo
Que neste rubro braseiro
Analisa o campeiro
Sem dizer palavra alguma

O estampido das labaredas
E o chiar de lenha verde
Sussurram algumas palavras
Que ainda não posso entender
E assim fico pensando
Nas brasas acho respostas
E o fogo ali escutando
O que na mente me brota

E nesta vã filosofia
De devaneios de um taura
Onde a mente asas cria
E nem por laço pára
Viajo por melodias
De acordes de guitarra
Lido com potros e gadaria
E a prenda tão pouco cala

E fico imaginando se Confúcio
Ou – do Jayme – o negro Lúcio
Ou algum dos maiorais
Tinha esses costumes baguais
De se consultar no braseiro
E filosofar ouvindo o canto
Pois só pode ser o fogo
O psicólogo do campeiro


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